quinta-feira, 5 de abril de 2018

GRATIDÃO


GRATIDÃO
Filipe Souza – Florianópolis/SC

Depois de um ótimo mês de férias em Portugal, estamos de volta ao Brasil. O período que passamos por lá foi cheio de aventuras e pudemos perceber o cuidado de Deus por nós em todos os momentos. Conhecemos lugares paradisíacos e pessoas tão maravilhosas que nos fizeram sentir como se estivéssemos em casa, como as famílias G. e M.! Fomos recebidos com tanto carinho que voltamos com vontade de passar pelo menos um pouquinho mais de tempo por lá. Voltamos com o coração cheio de gratidão por tudo o que pudemos desfrutar!

Pensando na viagem não posso deixar de mencionar alguns episódios em que percebi o cuidado de Deus para conosco, como no dia em que chegamos a Portimão, no Algarve, sem saber onde ficaríamos hospedados, pois o endereço informado pelo anfitrião, no aplicativo, não era referente ao local reservado para a estadia. Ficamos perdidos, e após uma hora de buscas meu pai fez uma breve oração e um policial apareceu, do nada, e se voluntariou para nos guiar até o local que estávamos procurando.


Em outra ocasião, pedimos ajuda a um senhor para calibrar os pneus, mas ele colocou uma pressão muito superior à indicada pelo fabricante. Na verdade, quase o dobro. Os pneus estavam a ponto de explodir e chegamos a rodar um dia inteiro com os pneus naquele estado. Felizmente, paramos em outro posto de gasolina e o funcionário ajustou a pressão dos pneus conforme o recomendado. Ele nos disse que havíamos corrido um grande risco, mas, felizmente, Deus nos protegeu!


Certa vez Jesus também estava viajando e entrou em uma aldeia, após passar pela Samaria e pela Galileia, quando saíram ao seu encontro dez leprosos que clamavam para que Jesus tivesse misericórdia deles. Jesus os orientou, então, a se apresentarem ao sacerdote. Enquanto eles iam, a lepra desapareceu do seu corpo. Um deles, que era samaritano, percebendo que estava curado, volta dando graças a Deus. Ajoelha-se aos pés de Jesus e lhe agradece. Jesus então diz:
— Os homens que foram curados eram dez. Onde estão os outros nove? Por que somente este estrangeiro voltou para louvar a Deus? (Lucas 17:18)

Na época de Cristo a lepra era uma doença incurável, e as pessoas que a contraíssem deveriam viver à parte da sociedade, separadas de seus familiares e amigos. O pior de tudo era que as vítimas da lepra eram vistas pelos outros como se estivessem sendo punidas por Deus devido a alguma falta ou pecado que tivessem cometido. Diante desse fato é assombroso saber que apenas um dos dez leprosos voltou para agradecer, e além disso, o único que voltou era estrangeiro.

Semelhantemente ao leproso samaritano nos tornamos mais sensíveis ao belo quando estamos em lugares que ainda não conhecemos. Parece até que nos tornamos cegos e não conseguimos perceber as belezas que existem onde estamos. O mesmo fenômeno tende a acontecer em nossas relações familiares... Esquecemos de voltar para agradecer aos nossos pais e irmãos por tudo o que eles fizeram e fazem por nós.

Como se não fosse o bastante, ainda nos esquecemos de agradecer ao Doador da Vida por nos acordar a cada manhã e acabamos por viver como se Ele não existisse, pois não separamos tempo para estar com Ele. Estamos sempre focados em nossos interesses e apenas nos lembramos de Deus quando a situação sai do nosso controle. Desesperados, então, clamamos: “Senhor tenha misericórdia de nós!”.

Na verdade,  não precisaríamos ficar com tanto medo nos momentos de dificuldade se simplesmente fossemos mais agradecidos e tirássemos tempo para recordar o cuidado de Deus por nós. A escritora americana Ellen White escreveu: “Ao recapitular a nossa história passada, havendo revisado cada passo de progresso até ao nosso nível atual, posso dizer: Louvado seja Deus! Ao ver o que o Senhor tem efetuado, encho-me de admiração e de confiança na liderança de Cristo. Nada temos a temer quanto ao futuro, a menos que esqueçamos a maneira em que o Senhor nos tem guiado, e Seu ensino em nossa história passada.1 — Life Sketches, p. 196.

Sejamos gratos em todo o tempo; afinal, somos peregrinos em terra estranha!



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Referência/Fonte:

1.    Life Sketches of Ellen G. White - disponível em http://www.centrowhite.org.br/files/ebooks/egw-english/books/Life%20Sketches%20of%20Ellen%20G.%20White.pdf – acessado em 03.04.2018.


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