terça-feira, 14 de junho de 2016

RAABE


RAABE 
Por Airton Sousa

Esta é mais uma dessas histórias impressionantes da Bíblia, recheada de ingredientes nos quais se manifesta a graça de Deus.

Esta é a história de Raabe, a prostituta de Jericó, e conta de uma época onde as mulheres não tinham voz. Ela se prostituía por um punhado de moedas nos portões de uma cidade condenada, sendo ela própria também condenada, rejeitada e desprezada pela comunidade. Uma mulher que vivia apavorada pelo futuro incerto. Um dia ela viu a esperança bater à sua porta. A cidade seria tomada pelos israelitas e ninguém seria poupado, e ela pediu que aqueles dois visitantes lhe prometessem que nenhuma mal aconteceria com ela e sua família. Outra coisa que você vai perceber nessa história é que Raabe tinha pouco conhecimento de Deus, mas esse conhecimento, ainda que pouco, foi suficiente para sua salvação.

E vamos em frente...

Conta-se que quando Josué enviou seus espiões para espiar Jericó, eles entraram na casa de uma prostituta que, segundo os estudiosos, provavelmente era, também, uma hospedeira. A notícia desses espiões chegou até o rei de Jericó que deu ordens aos seus soldados para irem prendê-los.


A casa de Raabe era construída em cima dos compactos muros de proteção da cidade e, conforme os relatos bíblicos, essa corajosa mulher escondeu os dois espias no terraço, e depois que os soldados se foram ela os desceu pelo muro pelo lado de fora da cidade, com ajuda de cordas, e deu-lhes instruções e uma promessa de vida:

– Eu sei que o Senhor deu esta terra a vocês, os israelitas. Para dizer a verdade todos nós estamos morrendo de medo. Soubemos que o Senhor secou o mar vermelho diante de vocês quando saíram do Egito e tantas outras grandes coisas estamos sabendo... Então agora jurem em nome do Senhor e prometam que vão ser bons para a minha família porque eu também tratei vocês com bondade...”.


E o final da história é surpreendente! Quando os muros de Jericó vieram abaixo, aquela ousada mulher, que passou a acreditar em um Deus que ela nem conhecia, conseguiu nada mais nada menos do que a SALVAÇÃO - não só para ela, mas para toda sua casa. 


Você pode acompanhar essa história em sua Bíblia, em Josué 2.

Apesar de ter pouco conhecimento sobre o que realmente aconteceria ali, naquela cidade, Raabe já tinha ouvido falar do povo de Deus que vagava pelo deserto. Ela acreditou quando aceitou os dois espiões em sua casa, e mentiu às autoridades, escondendo-os. Saber o mínimo e acreditar ao máximo foi uma escolha que marcaria sua vida para sempre. Eu gosto de pensar que às vezes um membro de uma família, por uma decisão simples, pode destruir ou salvar sua família. No caso de Raabe, sua decisão trouxe a salvação.

“Foi pela fé que Raabe, a prostituta, não morreu com os que tinham desobedecido a Deus...” (Hebreus11: 31).

A fé autêntica não tem nada a ver com textos bonitos de pessoas bonitas, inteligentes e com grande valor, mas com atitudes firmes sobre aquilo que você acredita.

”Ao apresentar Raabe, dessa maneira Deus estava querendo dizer: ‘Vejam, que surpresa! Olhem só como a graça é maravilhosa! Veja como Deus olha as pessoas de maneira diferente de vocês. Que mudança a graça pode realizar na vida de uma pessoa!’” (1)

Quando Deus apaga os nossos erros, Ele não deixa marcas nem borrões, Ele vira a página e começa tudo outra vez.


Ele escolhe quem quer e não leva em conta o passado, nem o presente, Ele vai fazendo Sua obra cada dia, em cada vida. Escolhendo o que para o mundo é loucura e vai envergonhando os sábios e fortes. Ele escolhe o insignificante e desprezado e vai escrevendo uma nova história.

A própria Raabe disse aos dois espiões:
“O Deus de vocês, o Senhor, é Deus lá em cima no céu e aqui embaixo na terra”. (Josué 2:11).

Aí os dois espiões desceram da montanha, atravessaram o rio Jordão e foram se encontrar com Josué. Contaram tudo o que havia acontecido e terminaram assim:
- Estamos certos de que o Senhor nos deu toda esta terra. Todo mundo aqui está morrendo de medo de nós.


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Referência:

1)    “Momentos de Graça” – Editora Casa, página 219.

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