quarta-feira, 2 de março de 2016

UM CRIME, 65 MIL MORTOS

UM CRIME, 65 MIL MORTOS
Por João Octávio Barbosa

Tragédias.
Hoje é dia de lembrar os 20 anos da morte dos “Mamonas Assassinas”. Nesta semana, mais alguns casos de violência desnecessária foram noticiados. O Estado Islâmico, por exemplo, é a nova vertente do mal em escala global. É triste ver que esse nome, “Estado Islâmico”, acabou “pegando” na mídia. Primeiro porque não é nada islâmico - religião de paz e amor -; e, segundo, porque nem é Estado, realmente; pretende ser. Ocupa hoje um bom pedaço da Síria, ainda devastada pelas rebeliões da “Primavera Árabe”, de anos atrás.

Você sabe como começou a “Primavera Árabe”? Os primeiros protestos, ocorridos na Tunísia em 2010, foram uma reação popular à atitude de Mohamed Bouazizi, o qual ateou fogo ao próprio corpo, suicidando-se como forma de manifestação contra a corrupção policial e maus-tratos que sofrera. A morte de um único homem serviu de estopim de levantes que derrubaram os ditadores da Tunísia, Iêmen, Egito e Líbia, e repercutiram até no Bataclan de Paris.

A história do #PerfisSemCurtidas de hoje fala de um casal vítima de um crime horrendo, e de como isso gerou um genocídio. Se possível, leia Juízes, do capítulo 19 até o 21, numa Bíblia na sua casa ou na internet.

Sempre foi uma história marcante para mim, principalmente por acontecer no meio do povo de Israel. Contextualizando, era uma época sem liderança política no país, pois Israel não tinha reis nem juízes. Havia a ilusão de que o país era governado diretamente por Deus, mas, na prática, as leis divinas haviam sido esquecidas.

O trecho bíblico conta que certo homem tinha uma “concubina”. Já começa errado porque trazendo esse termo “concubina” para os tempos atuais o mais próximo dele é “amante”. Que relação esse homem tinha com ela para não a assumir como esposa? Enfim, em viagem pelas cidades de Israel, ele decide pernoitar em Gibeá, esperando receber lá a acolhida que todo israelense tinha quando em viagem (acolher um visitante era visto como obrigação e orgulho).

Eis que surge um homem velho, compadecido deles, que os leva para sua casa. Ao cair da noite, a maldade da cidade surge, e os seus habitantes, descendentes de Benjamim, tão israelitas quanto suas vítimas, cercam a casa no intuito de abusar do visitante. E fica pior.

A “solução” que o velho morador dá para a turba de estupradores é oferecer a sua filha virgem e a concubina do visitante em lugar do próprio, para os mesmos abusos pretendidos! Nem medo nem desespero servem de desculpa para o velho da cidade nem para o visitante que nada fez a respeito.

Ao fim, o velho expulsa de casa a concubina do visitante, permitindo que seja violentada até o romper da manhã. Nem após isso o visitante mostra alguma compaixão. Abandona-a na porta da casa em que está hospedado, sem prestar nenhum socorro, até que ela morre. Que machismo, e que crueldade! Atitudes assim fazem com que muitas pessoas, erroneamente, acreditem que o sexo feminino é inferiorizado pela Bíblia. Reitero que essa história, cheia de vilões, uma vítima e nenhum mocinho, aconteceu dentro de Israel, entre o “povo de Deus”.

E o que era um único crime se transforma numa guerra civil. Esse homem que a Bíblia não revela o nome recorre a todas as outras tribos de Israel, com pensamento de vingança. Elas se reúnem com o intuito de atacar apenas os homens de Gibeá. Mas aí vemos um novo defeito de caráter enraizado no povo: o patriotismo cego. A população de todas as demais cidades de Benjamim toma as dores de Gibeá, e decide defender uma cidade de estupradores e assassinos. Isso lhes pareceu mais correto do que praticar o bem e não deixar impune o mal! Em três dias de guerra foram 65 mil mortos e a quase aniquilação de uma das doze tribos de Israel, como vemos nos últimos versículos do livro de Juízes.

Essa história tem traços de um grande épico. É uma demonstração clara de que o que começa errado termina errado. Uma série de equívocos pequenos que se acumulam em uma bola de neve com características genocidas. Precisamos ter cuidado com pequenos defeitos, com “pecadinhos”, que se não combatidos só tendem a crescer e trazer destruição.

Por mais difícil que o mundo possa fazer parecer, praticar o bem é sempre o melhor. Porque nunca se sabe o que um “pequeno” ato de maldade, de desprezo, de falta de amor pode causar. Reveja suas atitudes e pensamentos. Bote mais Deus na sua vida.

Não peço que concordem, espero que reflitam! 


Desafio do JOBS: Que discípulo pediu a Jesus: “Mostre-me Deus”?
Resposta semana que vem.
Resposta semana passada: Benjamim (Juízes 21:6).


2 comentários:

  1. É aquela história, um palito de fósforo pode fazer um grande estrago. Concordando e refletindo.

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  2. Mais uma tragédia confirmada esta semana: a morte de um rapaz de 25 anos, que sumiu de casa e foi encontrado sem vida, no mar... O que levou a isso??? Tambem esta semana eu li um texto que dizia: "Cada ato da vida, por pequeno que seja, tem sua influência para o bem ou para o mal." Singelas palavras. Verdadeiras.
    Precisamos cuidar disso!!

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