quarta-feira, 4 de março de 2015

O ARTISTA DAS CORES


O ARTISTA DAS CORES
(Por Luiz Eduardo Santos)

“E disse Deus: Produza a terra relva, ervas que deem semente, e árvores frutíferas que, segundo as suas espécies, deem fruto que tenha em si a sua semente, sobre a terra. E assim foi. A terra, pois, produziu relva, ervas que davam semente segundo as suas espécies, e árvores que davam fruto que tinha em si a sua semente, segundo as suas espécies. (...)”
(Gênesis 1:11-12).

Em oposição aos dias anteriores, me parece que o terceiro foi bastante movimentado. Achei até complicado escolher quais versículos usar como citação para não criar dois textos pra um dia só. Escolhi o segundo ato criativo, não por que ache que o surgimento da parte seca não seja importante, aliás, se ela não existisse não sei como seria para nós, seres terrestres, e não faria nenhum sentido falar sobre árvores e todo tipo de vegetação.

Pois bem, ditas as palavras de Gênesis 1:9 e 10, tudo se fez exatamente como havia sido dito. E “voilà!”1, uma bela mansão com os atuais três distintos ambientes (água, céu e terra) já formados, prontos para receber seus nobres futuros habitantes, faltava só decorar. E é aí que chegamos ao versículo 11.

- “Não adiantaria ter criado coisas magníficas e ter escolhido mal a composição das cores!”-, acho que deve ser o primeiro pensamento de designers de interiores e de pessoas com bom gosto. Eu concordo. Isso me faz lembrar algumas histórias... Vou pensar se conto todas.

Poderia falar sobre a química envolvida nas cores, mas existe outra coisa que é mais conveniente hoje: a pintura. Não sou pintor nem desenho bem. Na verdade, só participei das aulas de arte no colégio e viajava um pouco nelas, confesso. Mas lembro-me bem de quando falamos sobre dois movimentos artísticos: Impressionismo e Expressionismo. Não me recordo de quase nada, mas algo que me marcou muito foi a utilização das cores para dar à obra o efeito que se pretendia.

Deus não havia criado nenhum ser vivo ainda, mas já sabia o que iria criar e conhecia antes mesmo de ver pronto. Sabia que “a luz de diversas cores, que entra pelos olhos, pode afetar diretamente o centro das emoções”2, como indicam algumas evidências científicas atuais. Não foi por mero acaso que Ele escolheu duas cores (azul e verde), classificadas por estudiosos como cores calmantes2 (ou frias), para cobrir grande parte de sua obra. Sei que funciona, pois aproveito a oportunidade, todos os dias, de ser influenciado pelas duas no local onde moro. Mais do que isso, Ele soube balancear com as chamadas cores estimulantes2 (ou quentes), porque sabia que se usasse apenas as cores calmantes em excesso também geraria problemas.

Não vou conseguir contar minhas histórias, infelizmente, mas vejo que minha mãe tinha razão ao me dizer que não queria um quartel de bombeiros em casa quando pedi pra pintar meu quarto de vermelho. Cheguei à conclusão de que a sabedoria popular mais uma vez estava certa: “Mãe sabe de tudo!”.
Penso que Deus tinha um propósito ao pintar nosso mundo desse jeito; vejo que ele esperava de nós certa postura, diga-se de passagem, muito diferente da que vemos hoje. É um desafio lançado a todos nós; que tal aceitarmos?

“(...) E viu Deus que isso era bom. E foi a tarde e a manhã, o dia terceiro.” (Gênesis 1:12-13).

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Referências:

1-    “Voilà”: Expressão francesa que significa ‘eis, aqui está!’ normalmente usada quando se refere a algo que se encontra distante dos interlocutores.

2-    Influência das cores. Disponível em:
<http://www.iar.unicamp.br/lab/luz/ld/Linguagem%20Visual/influencia_das_cores.pdf>. Acessado em: 03/02/2015.


5 comentários:

  1. Depois de ler o texto, brilhante por sinal, descobri uma coisa. O terceiro dia foi o único dia que Deus que viu que era bom, dua vezes.

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  2. Eu sempre disse que o encontro do azul com o verde é uma das coisas mais lindas do mundo!!!
    Quando você acompanha o desenho da árvore, desde a raiz, o caule, e chega às folhas lá de cima, num dia de céu azul, azulíssimo, a sensação é incrivelmente deliciosa!
    O encontro do céu com o mar; e o encontro do verde das árvores com o azul do céu, são duas das melhores oportunidades que Deus, pela natureza, nos dá de encontrar a paz...

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    1. Eu também me impressiono sempre com essas duas cores e como elas foram dispostas pelo nosso mundão, mas antes era inconscientemente. Agora, sei de onde me vem a sensação de paz e tranquilidade neste nosso século tão conturbado!

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